O fim da era PT na Presidência da República !?

Neste post, venho falar de um tema muito delicado, que inspira amor em uma  parcela da sociedade, ódio em outra e a indiferença a algumas. O interessante é que este terceiro grupo - o dos indiferentes - é a que mais cresce.

O PT foi fundado em 10 de fevereiro de  1980, a partir da união de movimentos sociais organizados, como o sindical, o de igreja e os intelectuais acadêmicos. Por conta disso até hoje, o partido tem em seu interior diversas correntes de pensamento, que estão organizadas em "grupos" internos, chamados de tendências.

Atualmente temos as seguintes tendências: Articulação de Esquerda – AE, Brasil Socialista – BS, Construindo um Novo Brasil – CNB , Democracia Radical – DR, Democracia Socialista – DS, Esquerda Democrática – ED, Fórum Socialista – FrS, O Trabalho – OT, Tendência Marxista – TM, Mensagem ao Partido, Movimento PT, Movimento de Ação e Identidade Socialista – MAIS, PT de lutas e de Massas – PTLM, Militância Socialista, União de Bases, Esperança Vermelha VR, Um Novo Rumo para o PT – NR*.

Nesses quase 35 anos de existência, o Partido dos Trabalhadores passou pela fase de introdução na sociedade, de crescimento e vive a etapa de consolidação política. O PT conquistou muitas prefeituras, Governo de vários estados e, em 2002 chegou à Presidência da República com Lula, que venceu José Serra (PSDB), no segundo turno com 61,27% dos válidos. Lula foi reeleito (em 2006), vencendo Alckmin (PSDB) com 60,82% dos votos válidos. Em 2010, o PT elegeu Dilma, indicada por Lula. Ela venceu José Serra (PSDB) com 56,05% dos votos válidos. Em 2014, Dilma venceu Aécio Neves (PSDB) com apenas 51,64%.

Aqui, venho chamar atenção de um detalhe que é incontestável: A queda dos votos do PT nas eleições presidenciais. Da eleição de 2002, quando Lula venceu Serra com mais de 22% de diferença, para a eleição de 2014, quando a diferença entre a candidata do PT e do PSDB ficou em pouco mais de 3%, temos uma queda vertiginosa e uma polarização entre os dois principais partidos.

Essa queda é natural de quem ocupa há vários anos o poder. É consequência do desgaste da forma de governar, cheia de escândalos de corrupção no seio do petista. Por isso o processo democrático se encarrega da alternância de poder, basta lembras dos ditadores árabes.

Outro ponto que corrobora para uma dificuldade da sigla partidária nos próximos anos, são os "sacos de maldade" que o Governo Federal vem executando para sanar as contas públicas, como: o aumento da tarifa de energia, de impostos e cortes nos direitos trabalhista, no FIES e no Prouni, que vem gerando frustrações eleitorais junto aos cidadãos que votaram no PT por considerarem as outras opções piores ou ainda os que votaram por terem  tido elevação do poder de compras durante o período em que a economia mundial ajudava. Essa conjuntura permitiu à gestão petista "surfar" nessa onda  por meios de incentivos para o consumo. Passado a euforia econômica mundial, a conta chegou no momento de recessão e de aumento do custos dos serviços públicos.

Outro ponto fundamental que o PT vai ter que enfrentar são as denúncias de corrupção e de mau uso do dinheiro público na gestão petista: Mensalão, obras da copa, caso Waldomiro Diniz, escândalo da ONG Ágora, o caso Petrobras  são apenas alguns exemplos.  Com isso, a percepção de imagem que os  eleitores ficam do PT é muito negativa.

O grande desafio da Presidenta Dilma é superar os escândalos de corrupção, preservando a imagem do PT, garantir o poder de consumo que uma grande parcela da população adquiriu (graças ao bom momento da economia mundial) e que tem perdido nesses últimos meses. Se, e somente se, isso acontecer. Há possibilidades de uma nova gestão petista. O partido terá que se reinventar, como disse Marta Suplicy essa semana.


* Desculpe se esqueci alguma. Confie integralmente na minha fonte.

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