A Central de Processamento de Resíduos de Marituba

Diretor do projeto e eu.
Na postagem sobre o CPTR Marituba: Uma solução para o lixo? Deixei algumas perguntas a serem respondidas neste post, que eram:
 - O CPTR pode atender outro municípios? .
- A questão do lixo Hospitalar ?
- Há possibilidades de ampliação?
- Como fica a área das células, após os 15 anos de "vida útil" ?
- Como é processado do chorume?
- Estão preservados os lençóis freáticos, fauna e flora do local?
- Como está a geração de emprego para o município de Marituba?
-  Quem fará a coleta?

Tirei as dúvidas e agora reparto com vocês as informações passadas.  

Sobre atender outros municípios, fora da RMB. A empresa disse ser possível. Porém, o deslocamento dos caminhões encarece o custo. O empreendimento foi pensado para  atender esta região e os grandes produtores de resíduos, como supermercados, universidades.

Lixo Hospitalar. No momento ainda não pode receber. A Guamá (empresa que administra o empreendimento) deu entrada em 2014, junto a SEMA, solicitação para a ampliação dos serviços, a fim de receber o lixo hospitalar e industrial.
Viveiro de mudas
Lagoa de decantação
Ampliação do CPTR de Marituba. A licença ambiental, prevê a instalação na área hoje utilizada, que permite a utilização por 15 anos. É possível uma segunda ampliação, sem comprometimento do entorno. 

Sobre as células, após seu esgotamento.  Serão cobertas e será feito o plantio de vegetação, por meio de mudas que já estão sendo cultivadas no empreendimento. Foi implantado  uma usina de captação do gás metano, que possibilitará a instalação de uma usina Termo elétrica.

Sobre o chorume. A contaminação do solo das celulas é evitada pela  impermeabilização com a utilização de mantas Polietileno de Alta Densidade - PAD (foto). O chorume será drenado e bombeado para  lagoas de decantação. Nestas, sofrerão tratamento, por osmose reversa para transformar o chorume em água não potável, para uso em finalidades de irrigação (por exemplo). Os resíduos podem virar adubo para o viveiro de mudas.

Os lençóis freáticos, a fauna e a flora da região do entorno. O espaço escolhido (Marituba) foi selecionado por possuir afastamento de áreas de lençóis freáticos e outros corpos d'aguá (Rios, lagos e etc). A vegetação do ambiente encontrava-se degradada pela extração de argila, feito pela antigo proprietário. Havia um espaço degradado cercado por uma vegetação que estava ameaçada. Com o empreendimento, foi feito o aproveitamento do espaço degradado e a preservação do entorno.
Acima vemos uma ponte que permite a passagem de macacos
de uma mata para a outra. 
A mata do entorno encontra-se preservada, o que vai abrigar a fauna nativa.

A mão de obra utilizada. Os trabalhadores utilizados são - em grande maioria - moradores de Marituba.
Balança de pesagem
Chamo atenção para um ponto chave: a balança de pesagem. Ela fara a pesagem do volume dos resíduos que serão depositados no aterro, o que permitirá um melhor controle financeiro por parte dos municípios contratantes. As prefeituras, por exemplo, só irão pagar pelo lixo que for depositado, bem diferente de como é no lixão do Aurá, que tudo é despejado sem o menor controle. O sistema de  pesagem é interligado com as prefeituras que aderirem, o que permite o acompanhamento em tempo real.

No atual modelo de lixão a céu aberto, nada é controlado. A poluição é evidente e dispendiosa, além de ser desumana para com as populações do entorno e que dele sobrevive.

Considero que o CPTR de Marituba é uma opção a ser estudada e, pode ser uma opção para os resíduos urbanos da Região Metropolitana. Há outros pontos específicos que tratei aqui no blog, sobretudo em relação à água e o reaproveitamento para fins utilitários.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lixão de Capanema: vergonha a céu aberto