COVID-19: Parlamentares planejam ações preventivas para enfrentar colapso no Pará

Comitê de Crise COVID-19 do Congresso Nacional reúne autoridades, deputados, entidades como o Ibrachina e lideranças paraenses

Nesta quarta-feira (27), o Comitê de crise Covid-19 do Congresso nacional reuniu-se com diferentes lideranças para tratar da situação da saúde no Pará, estado que já sente os efeitos da nova variante do coronavírus que que gerou uma grave crise sanitária no Amazonas nas últimas semanas. 

Estiveram presentes o deputado federal Evair de Melo (PP/ES), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio Internacional e do Investimento (FrenCOMEX) e coordenador do Comitê de Crise Covid-19 do Congresso Nacional;  a deputada Carmem Zanotto (Cidadania/SC), presidente da Frente Parlamentar Mista da Saúde; o deputado Eduardo Costa (PTB/PA), vice-presidente da Frente e Coordenador do Congresso Nacional no Pará do Comitê;  além do deputado Cristiano Vale (PL/PA). 

Conduzida por Deyvid Pereira, diretor institucional do Comitê de Crise, a reunião contou com a participação de Thomas Law, presidente do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) e Breno Monteiro, presidente da Confederação Nacional de Saúde - CNASaúde. Pelo Governo do Estado/Sespa, participaram Denilson Feitosa, diretor da Vigilância Sanitária e Carla Figueiredo, diretora técnica.

A discussão foi voltada para o enfrentamento da chamada “segunda onda” da Covid-19 nas regiões do baixo Amazonas e no Tapajós, no Pará. O governo estadual está tomando medidas preventivas para enfrentar a nova cepa de coronavírus, mas existem necessidade específicas que ainda não foram atendidas. 

Segundo os dados mais recentes, o Pará tem 320.824 casos confirmados da doença e 7.544 óbitos. Em hospitais de cidades da região do Baixo Amazonas e Tapajós , a taxa de ocupação das UTIs está próxima de 100%. 

Algumas questões estratégicas foram pontuadas pelas lideranças paraenses, em especial a dificuldade de transporte de oxigênio para os hospitais, devido às dificuldades de deslocamento e às grandes distâncias, além da indisponibilidade de recipientes para armazenamento e o aumento do consumo na região. Acredita-se também que as equipes de profissionais de saúde disponíveis, principalmente médicos, não serão em número suficiente para o enfrentamento desta segunda onda. 

Entre as demandas encaminhadas para ao governo federal, estão a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), medicamento de prevenção da doença, equipamento de diagnóstico e monitoramento e a remessa de vacinas em caráter de urgência. 

Após um levantamento inicial, junto aos municípios do Baixo Amazonas e Tapajós, a lista de pedidos apresentada pelo deputado Eduardo Costa inclui 80 recipientes de oxigênio, duas usinas de oxigênio - três tomógrafos, 34 monitores cardíacos, 44 bombas de infusão, 26 respiradores de UTI e 13 respiradores Bipab. O parlamentar ressaltou que a população dos 20 municípios daquela região beira um milhão de habitantes e que a taxa de mortalidade é preocupante, atingindo 12,6%. Outra preocupação do deputado é que, dentro do programa Mais Médicos, existem 132 médicos atendendo a região fronteiriça do Pará com o Amazonas, mas apenas 31 possuem CRM. Os demais são intercambistas, médicos formados no exterior do Programa Mais Médicos.

Auxílio vindo da China

Evair de Melo, vice-líder do governo na Câmara, asseverou que o Ministério da Saúde está atento à situação na região e que, nesses momentos de dificuldade, a China tem demonstrado sua fraternidade com doações. “Temos conseguido parcerias importantes para que possamos atender as pessoas. Já recebemos da China, logo no início da pandemia, uma doação de 50 milhões em EPIs que foram distribuídos para todo o país e, mais recentemente, quando Manaus colapsou, enviaram 1700 cilindros de oxigênio e em breve chegam mais doações”, destacou

Por sua vez, Thomas Law relatou que o Ibrachina tem recebido doações de EPIs de cidades chinesas e irá fazer uma transferência imediata para o Pará. “Muitas empresas chinesas ficaram comovidas com a situação na região amazônica e se ofereceram para ajudar ainda mais”, conta. O advogado, que atua como vice-presidente do Conselho Consultivo do Comitê de Crise COVID-19, colocou-se à disposição para fazer a intermediação com governos e empresas chinesas e asseverou que todos os esforços possíveis estão sendo feitos para evitar um agravamento da crise na região. 

Sobre a FrenCOMEX

A FrenComex é um órgão suprapartidário do Congresso Nacional e conta com 204 deputados e 7 senadores.

Os coordenadores estaduais no Comitê de Crises da Covid-19 da FrenCOMEX atuam como um canal de diálogo e interlocução institucional, interagindo e convergindo esforços com os Poderes da República, corpos diplomáticos, a iniciativa privada e a sociedade civil organizada não só do Brasil, como também de outros países parceiros, em busca de cooperação internacional.

No contexto da diplomacia parlamentar, o Comitê auxilia o governo brasileiro no enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do Coronavírus, buscando reduzir os impactos sociais, econômicos, políticas, institucionais e diplomáticos, durante e após a pandemia, em prol da recuperação e desenvolvimento.

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