A JBS, a corrupção e a Reforma Política
Fiz acompanhamento dos noticiários de corrupção no país dos últimos 10 anos e notei a presença muito forte do dinheiro de empresas privadas como pivô das crises institucional que se abatem no Brasil. São grandes empresas de engenharia, bancos, de alimentos, enfim, para todos os lados que se olha temos o mercado empresarial "bancando" campanhas milionárias.
Busquei na literatura de teóricos neo-utilitarista algumas respostas. Para essa corrente de pensamento, o Estado tem em seu interior pessoas que se utilizam do bem público com objetivo de perpetua trocas de interesse entre os governantes e aqueles que lhe dão apoio para se manterem no poder. As autoridades distribuem benefícios aos lhe apoiam, podemos ver isso (claramente) no recente caso da JBS. Para neo-utilitarista, o Estado seria uma simples agregação de interesses individuais e que deveria ser reduzido, para o mercado atuar com sua mão reguladora.
Apesar do radicalismo do neo-utilitarista em relação ao papel do Estado, uma lógica existe na defesa deles. Nos últimos anos de República Brasileira, as campanhas políticas ficaram exorbitantes, com valores astronômicos sendo financiados pela iniciativa privada, que busca privilégios e se agregam a políticos em troca de interesses. Ai está o cerne da corrução brasileira.
Os corruptores e os corruptos estão sempre buscando melhorar suas vantagens e predando o nosso Estado brasileiro, tornando-o rentista e pouco produtivo. Muitas das empresas que deveriam focar seus esforços em atividades empreendedoras, melhorando seus produtos e oferecendo diferenciais aos consumidores, acabam por optar pelas benesses do poder.
Sem dúvida, podemos acabar com este ciclo vicioso de corrupção. Precisamos promover mudanças de regras políticas, que beneficiem candidatos que apresentem propostas coerentes e comprometidas com a sociedade, em contraposição a lógica de ganhos pessoais. Tornar o Estado brasileiro mais enxuto e comprometido com a lógica do bem comum, disciplinar o mercado para atender os interesses das sociedade, garantindo o justo lucro e incentivando o empreendedorismo e incentivando a iniciativa individual. O eleitor precisa acompanhar as ações do seus parlamentares, fiscalizando e cobrando.
Nossa democracia ainda é jovem, mas tem que amadurecer. E isso é um compromisso de todos.
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