O aterro sanitário de Marituba

Quem acompanha meu trabalho sabe que sou defensor e luto para o fim dos lixões a céu aberto no Pará, inclusive buscando recursos e soluções viáveis, como a formação de consócios,  para que municípios paraenses se adéquem à Lei que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Na Região Metropolitana de Belém, cheguei a visitar e conferir "in loco" como seria o funcionamento da Central de Processamento de Resíduos de Marituba (CPTR). Uma das minhas maiores preocupações, na época, era sobre a destinação do chorume. A explicação técnica dada foi  que a contaminação do solo das celulas (local  seria evitada pela impermeabilização com a utilização de mantas de Polietileno de Alta Densidade (PAD). O chorume seria drenado e bombeado para lagoas de decantação. Nestas, sofreriam tratamento, por osmose reversa, para transformar em água não potável para uso em finalidades de irrigação.

Recentemente, os moradores de Marituba reclamaram do forte odor e do despejo de chorume no Rio Uriboca, bloqueando as vias de acesso ao aterro sanitário.

Sem dúvida, o fim os lixões a céu aberto, como o do Aurá, são um avanço na preservação do Meio Ambiente e no problema do lixo gerado nas cidades, porém, as recentes manifestações de moradores de Marituba alertam que o modelo implantado e que atende Belém, Ananindeua e Marituba precisa ser melhorado e constantemente fiscalizado pelas autoridades, para que a população do entorno não sofra consequências que podem ser evitadas.

Estamos trabalhando na implantação de uma alternativa complementar, chamado: embolsamento (imagem abaixo) dos resíduos, que consiste no seguinte processo: há a coleta seletiva do que pode ser aproveitado, os demais materiais são molhados e inseridos em uma máquina que faz a compressão do material e o resultado e expelido em uma "bolsa" capaz de suportar pressão, calor e fatores físicos e climáticos. Cada bolsa suporta até cinco toneladas de lixo compactado. Após dois anos com as "capsulas"  enterradas, elas podem ser abertas e o resultado é o humos, que pode ser usado como adubo.

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