Inquéritos envolvem principais líderes do Senado
Os pedidos de abertura de inquérito feitos pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, na noite de terça-feira (3) envolvem os
principais líderes do Senado. Entre os 54 nomes que Janot pediu para serem investigados, estão alguns dos principais líderes do Senado. Além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o Congresso em Foco
apurou que foi pedida abertura de inquérito contra Romero Jucá
(PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA), Fernando Collor (PTB-AL), Lindbergh
Farias (PT-RJ), Humberto Costa (PT-PE), Ciro Nogueira (PP-PI),
presidente nacional do PP, e a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann
(PT-PR).
Todos eles foram citados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo
ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa
como beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras. O senador Aécio
Neves (PSDB-MG) chegou a ser citado nas delações premiadas, mas os
procuradores responsáveis pelas investigações da Lava Jato não acharam
evidências substanciais que ensejassem o pedido de abertura de inquérito
contra o principal líder da oposição.
Nas delações premiadas, Paulo Roberto Costa afirmou que chegou a
trabalhar para Lindbergh Farias para obter financiamento em campanhas
eleitorais. Romero Jucá também foi apontado pelos delatores como outro
beneficiário do esquema. Já Lobão é investigado não somente por ter sido
beneficiado pelo esquema, como também por ter mediado acordos para a
implementação de uma refinaria no Maranhão, que resultou em desvios da
ordem de R$ 7 milhões apenas nas obras de terraplanagem.
Paulo Roberto Costa disse que Humberto, que é líder do PT no Senado,
foi beneficiado com o repasse de aproximadamente R$ 1 milhão, fruto do
esquema de corrupção da Petrobras durante a campanha eleitoral de 2010.
De acordo com as delações, a senadora Gleisi Hoffmann também recebeu R$ 1
milhão do esquema, mas diretamente do doleiro Alberto Youssef. O
presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, também foi beneficiado com
propinas fruto de obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco,
segundo Paulo Roberto Costa. Outro investigado é o ex-presidente da
República e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
Durante a apuração de crimes da Lava Jato, foram identificados
depósitos bancários em favor do senador feitos pelo Posto da Torre, em
Brasília. O posto de gasolina é tido como uma espécie de caixa
eletrônico de políticos envolvidos no esquema. Collor também é apontado
como beneficiário de um acordo entre o grupo de Youssef, uma rede de
postos de São Paulo e a BR Distribuidora, no valor de R$ 300 milhões.
Segundo delatores, por ajudar a mediar esse acordo, o petebista recebeu
R$ 3 milhões de propina.
Todos os senadores que serão alvo de inquérito já negaram
publicamente participação no esquema de propina na Petrobras. Ciro
Nogueira chegou a afirmar, em nota oficial, que renunciaria ao mandato
caso surgissem provas de seu envolvimento.“Desde o início, agora e até o
final desta circunstância política, mantenho e manterei uma única
posição: jamais tive qualquer relação imprópria com qualquer dos
acusados na Operação Lava Jato. Repito o que sempre sustentei:
renunciarei ao mandato de senador da República se surgir qualquer prova
objetiva que venha macular minha atitude como homem público. Assumo mais
uma vez este compromisso, porque tenho consciência plena de meus atos e
seu que as acusações não têm nenhuma base na realidade”, afirmou Ciro
nesta terça-feira.
Fonte:
04/03/2015 16:23
|
Congresso em Foco
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