Entrevista do Governador Simão Jatene ao JL1

Do G1 PA

O governador reeleito no estado do Pará, Simão Jatene, concedeu entrevista ao Jornal Liberal 1ª Edição nesta segunda-feira (27), em Belém, em que fez uma avaliação sobre a vitória nas urnas e também respondeu às perguntas dos telespectadores de todo o estado. Acompanhe trechos da entrevista.

Priscilla Castro: Governador, comente o resultado das urnas, o que senhor sentiu?

Simão Jatene: Acho que a primeira coisa a fazer é agradecer, agradecer a cada um dos eleitores, mas agradecer ao povo do Pará de um modo geral. Eu sempre digo que eleição é um momento sempre muito especial na construção da democracia, sobretudo se as pessoas têm a chance de avaliar e comparar para fazer sua escolha. Algumas me perguntaram, 'Como o senhor explica, no primeiro turno, o senhor teve uma diferença menor, de quase 50 mil votos, no segundo turno o senhor teve uma diferença, a maior, de 150 mil votos'. Se você então ponderar as duas coisas, dariam 200 mil votos.

Priscilla Castro: Uma diferença pequena do candidato concorrente, eu lhe diria diante do cenário do estado, que foi de 51, 92% contra 48,08%, uma diferença pequena.

Simão Jatene: Não é a questão de percentual de votos. São 200 mil votos. 200 mil votos são alguns Mangueirões. É bom que a gente tenha isso muito claro. E o que isso representa? Para mim representa uma coisa extremamente importante: no segundo turno você tem mais a chance do confronto direto e das pessoas poderem comparar. Essa eleição tem para mim um significado muito especial, não é apenas a votação no PSDB, no Jatene, não; eu acho que ela foi uma manifestação, uma escolha clara do governo do Pará.

Priscilla Castro: Nazaré Marcelino, de Breves, pergunta qual a proposta do governador para melhorar o abastecimento de água em Breves.

Simão Jatene: Ela sabe que tem um projeto inclusive de ampliação e de modernização do sistema de abastecimento de água em Breves. Agora também o que talvez ela não saiba é que, na verdade, nós passamos nesse mandato que estamos encerrando, dois anos ajustando contas. Dois anos onde, quando nós poderíamos sequer fazer operações de crédito. Agora não, as contas do estado estão ajustadas e os projetos estão andando.Então eu acho que essa foi uma outra coisa importante, a população do estado percebeu que essa história de mudar, nem sempre é mudar para melhor, e teve uma experiência há oito anos atrás e acho que agora refletiu sobre isso.

Priscilla Castro: O Adalberto Viana, de Icoaraci, pergunta se as obras do Hospital Abelardo Santos vão continuar.

Simão Jatene: Esse é um sonho que não é só seu não, Adalberto. É um sonho que é de todos nós. O projeto original, isso foi até muito explorado na política de forma não muito correta, de forma desonesta, dizendo que coisas que estavam na agenda mínima, não estavam sendo realizadas. O projeto original era reformar o Abelardo Santos. Quando nós fomos e vimos o estado do Abelardo Santos chegamos à conclusão que não tinha jeito, não bastava reformar, tínhamos que construir um novo Abelardo Santos. Importante: ele está em construção, vai ser um hospital público porque usaram de maldade, sobretudo nessa fase final de campanha, dizendo que nós íamos privatizar o Abelardo Santos. Porque veja bem, eu desafio, nós construimos o Metropolitano, o hospital de Santarém, o hospital de Marabá, o hospital de Redenção, de Altamira. Construímos hospitais em todo esse estado e todos eles são hospitais públicos, como vai ser o Abelardo Santos, agora com serviço de qualidade, como esses outros hospitais hoje prestam serviço para a sociedade.

Priscilla Castro: A Fátima Santana, de Salinas, pergunta quais são os projetos para melhorar a segurança em Salinópolis.

Simão Jatene: Fátima, não é só em Salinópolis. Na verdade, essa questão da segurança é um desafio nacional, todos sabemos disso. Nós temos avançado trabalhando em três direções. A primeira delas, na prevenção,com a expansão dos polos do Pro Paz, que nós vamos continuar expandindo. A segunda, no sentido de melhorar a área da repressão, mas não tem jeito, você precisa ter o braço forte do estado. Exemplo disso: ampliamos o número de policiais, construímos UIPPs, equipamos a polícia com novos veículos, inclusive helicópteros. É bom lembrar, quando nós assumimos lá atrás, o Pará tinha um helicóptero, hoje tem 8, que permitiu com que a gente avançasse e instalasse bases em Santarém, em Redenção e em Marabá. Melhorando a remuneração de policiais. Na verdade, incorporamos à remuneração de um lado o auxílio-fardamento, que não existia, o auxílio-alimentação, que não existia e não que deixa de ser um ganho adicional. Aprovamos uma nova lei permitindo fazer um novo concurso para mais 2 mil novos policiais.

Priscilla Castro: Paulo Castro, de Santarém, pergunta a que o senhor atribui a sua votação ter sido pequena em Santarém e Marabá, e como o senhor vai governar para esses municípios.

Simão Jatene: Uma coisa muito clara, Paulo, deves saber disso muito bem como eu. A utilização incorreta, desonesta, falaciosa da questão da divisão. Tentaram mais uma vez criar conflito entre populações do estado, o que não é bom, o que não é correto. O discurso do outro candidato, cada um numa região, então no sul do Pará diz uma coisa, no oeste diz outra e aqui em Belém diz outra. Esse estado não precisa desse tipo de coisa, temos que enfrentar isso com maturidade, com responsabilidade, sem politicagem. Esse é o caminho para todos nós até porque vários existem projetos de divisão no Brasil inteiro: em São Paulo, Amazonas, Maranhão, e é importante que a união assuma a responsabilidade e não nos transformar em cobaias e ficar jogando irmão contra irmão aqui no estado.

Priscilla Castro: A Alzira Costa, do Tapanã, pergunta em relação às perdas salariais dos funcionários públicos, o que o senhor tem a fazer.

Simão Jatene: No nosso governo, nós tivemos ganhos reais para a grande maioria dos funcionários públicos. Eu acho que um dos pontos em que nós vamos trabalhar muito nesse próximo governo é divulgar as informações todas para a sociedade para ela ter isso de forma muito clara para que ela possa avaliar melhor. Nós corrigimos salários. Em algumas categorias esse ganho foi muito maior. De modo geral, no nosso governo, ninguém teve correção inferior à inflação.

Priscilla Castro: Nélson Navarro, do Parque Verde, pergunta se o senhor vai cumprir tudo o que prometeu durante a campanha.

Simão Jatene: Toda a vez que você faz um planejamento, faz em cima de determinadas hipóteses. Dizer que vai cumprir tudo claro que esse é o meu desejo, mas vamos pegar a agenda mínima: nós assumimos o compromisso lá atrás de que investiríamos 4 bilhões e meio, nós vamos alcançar esse número. Agora algumas coisas são verdade, nós não tínhamos previsto fazer o hospital Aberlado Santos; agora nós estamos fazendo. Tivemos que abrir mão de determinados projetos para fazer outros. Quer outro exemplo, o Jean Bittar, não tinha previsão de fazê-lo, de implantar por exemplo o Galileu. Mas o nosso oncológico, o Ophir Loyola, estava tão superlotado que tivemos que fazer o Jean Bittar; o Metropolitano tão superlotado que tivemos que fazer o Galileu. Governar é isso. O dia a dia nós coloca permanentemente diante de desafios.

Priscilla Castro: Ana Regina pergunta o que o senhor vai fazer para melhorar a educação, não em termos de estrutura da escola, mas sim quanto aos programas que tratam diretamente da educação.

Simão Jatene: Sempre que se fala em melhorar a educação, falam em duas coisas: reformar as escolas e o salário dos professores; isso é importante, mas não é o suficiente. Hoje nós temos uma das cinco melhores remunerações do Brasil. O programa Pacto pela Educação trabalha com esses dois segmentos, mas trabalha sobretudo: reduzir a evasão escolar, a distorção série/idade e nós vamos ter que fazer com que a escola seja um local atraente para o aluno. O mundo mudou, por isso nós vamos implantar, e já começamos com o Faceduc, porque eu sou professor, e ele fica dando aula e o adolescente fica no celular conversando outra coisa. O Faceduc é na verdade você trazer para a escola as redes sociais como algo que é uma ferramenta, um instrumento para contribuir com a qualidade da informação e da formação, pois a escola não pode ser apenas um local de informação, tem que ser de formação dos jovens, dos cidadãos.

Priscilla Castro: Márcio Montoril, da Cidade Nova, quer saber sobre os investimentos na cultura popular, qual a previsão para esses próximos anos de governo.

Simão Jatene: A cultura popular vai sim ter a atenção nossa. O mundo inteiro procurou uma linguagem única, uma forma de comunicação que independesse de país, de local, de nascimento, etc, e sempre teve duas: a cultura e o esporte. Na hora em que você valoriza essas coisas, valoriza a aproximação das pessoas, a cultura de paz, a solidariedade, a cooperação. E nós não teremos uma sociedade melhor se não formos capazes de rever esses valores.

Para acessar o vídeo: http://g1.globo.com/pa/para/eleicoes/2014/noticia/2014/10/governador-reeleito-no-pa-simao-jatene-concede-entrevista-ao-jl1.html

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lixão de Capanema: vergonha a céu aberto