Parque Ambiental Charapucu em Afuá: Mais dignidade para as famílias ribeirinhas

Recentemente, estive em audiência com o Ministério Publico do Pará para tratar sobre a situação das famílias tradicionais que vivem no Parque Ambiental Charapucu em Afuá, na Ilha do Marajó, que mudaram drasticamente seu modo de vida por conta da criação do Parque. O problema ocorreu durante o processo de criação, em 2010, quando a então governadora do Estado não ouviou a comunidade.

Não houve uma discussão aprofundada sobre a situação dos ribeirinhos.  A população não foi ouvida de forma correta. A audiência pública realizada na comunidade foi feita de maneira irregular. A área consultada na audiência não corresponde à área de proteção que está sendo criada. Muitas pessoas que assinaram a ata da audiência não são nem moradoras da comunidade. A audiência foi realizada na sede do município e não no parque, o que dificultou a participação das famílias residentes em  Charapucu.

Não sou contra a criação de áreas de preservação, mas precisamos lembrar que o patrimônio a ser preservado por estes espaços não é apenas o ambiental e sim de um modo de vida das populações tradicionais, garantindo  que elas tenham suas vidas preservadas. Afinal, elas também fazem parte do patrimônio imaterial e cultural do Parque Ambiental Charapucu .

Vamos continuar acompanhando o caso. Minha luta é pelo direito das famílias tradicionais de continuar a exploração dos recursos naturais de maneira sustentável. Vamos trabalhar para requalificar a área como reserva extrativista ou reserva de desenvolvimento sustentável, o que garante o direito dos povos ribeirinhos e a  proteção ambiental do espaço.

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