Eduardo Costa faz discurso em Parlamento Português

Estive em missão parlamentar em Portugal, em que deputados e empresários paraenses visitaram Lisboa, capital lusitana, como forma de estreitar laços institucionais entre os mercados paraense e português. Fiz o discurso em comemoração e essa importe integração entre Brasil e Portugal: o voo direto Belém – Lisboa.

A missão pode vislumbrar oportunidades de negócios e conhecer pontos turísticos famosos, como a Freguesia de Belém, onde puderam experimentar um genuíno Pastel de Belém. Os parlamentares levaram na bagagem a primeira edição da Revista “Memórias do Legislativo”, que apresenta ações da Assembleia Legislativa em defesa do Pará, do meio ambiente e iniciativas em prol da sustentabilidade.

Veja na íntegra o discurso que tive a honra de apresentar aos nossos anfitriões:

Senhoras e senhores,

                        Essa possibilidade desse voo direto Belém-Lisboa representa muito mais que atravessar um oceano, muito mais que realizar um sonho feito pelas memórias de um caminho de volta a uma das nossas gêneses históricas. Esse voo - agora lançado - entrelaça passado e futuro, semeia novos tempos, novos sonhos, engendra novas e promissoras relações sociais, econômicas, políticas e culturais entre o Estado do Pará e Portugal.

                        A partir de 1616, marco histórico temporal, que tem o seu ápice com a fundação de Belém, quando os portugueses chegaram ao delta do rio Amazonas, seguidos de mais de trinta anos de combate nos quais foram expulsos da região franceses, holandeses e ingleses, garantindo a expressiva unidade e o alargamento significativo da nossas fronteiras brasileiras - garantia das nossas riquezas e domínios - podemos, assim, compreender e reconhecer o esforço e as bravas lutas portuguesas em nossa Terra Brasilis, que resultaram na conquista e configuração da nossa gigante Amazônia.

                        A relação Pará-Portugal sempre foi marcada por um forte laço identitário e cultural. Andar em algumas ruas e lugares de Belém acende, no campo dos inesquecíveis sentimentos guardados em nossas memórias afetivas, a sensação de que estamos andando em Lisboa. Nossas relações sempre foram muito próximas. Rios e mares foram atravessados para que vidas, mundos novos, muito trabalho, sonhos e novas histórias fossem escritas.

                        Pensar nessa relação Belém-Lisboa, Pará-Portugal, simbolizada por esse agora voo direto, nesse ainda início do século XXI, representa, sobretudo, o sentimento de celebrar a precisa fertilidade de um outro novo mundo: novas esperanças, novos trabalhos e novos sonhos para esse novo tempo da nossa gente luso-brasileira.

                        Temos, nesse novo caminho, a missão de promover aproximações entre nossas culturas, nossos mercados e nossas políticas de governo, fomentando, desta forma, uma agenda entre nossos representantes institucionais e empresariais, celebrando contatos que possam estabelecer linhas de um futuro e sólido crescimento econômico e social para o nosso povo.

                        Haveremos de pensar em um canal de uma comunicação efetiva e eficiente entre Portugal e o Pará, gerando um mercado de investimentos e negócios entre Lisboa e Belém. Inicialmente fundamentado nas possibilidades dos setores turísticos, na seara enogastronômica, nas áreas imobiliárias, nos campos dos negócios jurídicos, políticos e econômicos, poderemos espraiar essas relações para outros mundos sociais de vivências. Há uma possibilidade sem fim de novos conhecimentos, novas pesquisas, novos saberes e novos sabores nos quais poderemos aproximar nossas culturas e nossos sonhos de um mundo onde Portugal e o Pará cresçam fraternalmente.

                        Acredito, verdadeiramente, que o objetivo fundamental da nossa estada aqui é, exatamente, conhecer estas nossas novas possibilidades conjuntas, abrindo, assim, novas janelas em nossos olhares, ensejando que Portugal conheça mais ainda o Pará, e que o Pará otimize, substancialmente, os seus históricos e férteis laços com Portugal. Que a nossa gente, os nossos estudiosos, os nossos pesquisadores, a nossa política e os nossos empresários conheçam mais uns aos outros e que possamos escrever, juntos, uma nova história e um novo futuro alicerçado em nossas várias potencialidades.

                        Há um novo destino que precisamos escrever. Penso nele com as semeadoras palavras do poeta português, Fernando Pessoa.

                        Para ser grande, sê inteiro:

                        nada teu exagera ou exclui.

                        Sê todo em cada coisa.

                        Põe o quanto és no mínimo que fazes.

                        Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.

                        Que sejamos felizes.

                        Uma nova história está sendo escrita agora.

                        Pará e Portugal.

                        Belém e Lisboa.

                        Novos sonhos.

                        Um novo destino.

                        Uma nova esperança.

                        Que saibamos escrever este novo futuro.

                                                                                              Muito obrigado!

EDUARDO COSTA

Deputado Estadual